04 outubro 2011

Tiozinho Cosme-Damião

Poucas vezes me sinto como QUASE profissional. Algumas coisas são tão legais que é até difícil explicar. Atendo um paciente no meu ambulatório, um senhor humilde, trabalhador rural, que numa das consultas insistiu em me dar 2 balas que tinha no bolso. Fiquei sem graça, não quis aceitar, mas logo percebi que era uma forma dele me agradecer, que se sentia bem, e ele chegou a dizer que tinha gostado muito de mim, do modo como estava cuidando dele (nada demais, acompanhamento pós-op).
Numa terceira consulta ele voltou, disse o mesmo, me deu mais 2 balas, e abriu o pacote de biscoitos que trazia consigo insistindo em me dar um pouco, tornou a dizer que gostava de mim, me agradeceu mais uma vez e queria saber meus dias de ambulatório pq queria levar uma coisa para mim.
Neste mesmo dia após fechar a porta do consultório o ouvi conversado com outro paciente (que nem tinha sido do meu leito na enfermaria, nem tinha passado por mim no Ambulatório, havia sido internado e o cumprimetava todos os dias ) e os dois diziam que gostavam de mim de graça o quanto eu serei boa MÉDICA.
Semana ruim, dia de esculacho e humilhação pelo professor, mas meu pacientinho fez valer o dia.

*(Se não falavam comigo, presumo que não fosse puxassaquismo, logo suponho que seja verdade. Ainda bem!)   =)

Um comentário:

Anônimo disse...

O fã clube se estende... Nao somente por aqueles que gostam dos seus textos ou de sua pessoa, mas também por aqueles que, desde já, identificam o talento que esteve presente em cada passo de sua vida. O senhor citado tem razão... e sabe que uma grande profissional surge de um grande caráter, antes de tudo.

Parabéns pelo reconhecimento, ainda que de um mero aparente senhor humilde.

Sucesso,

Padre Fábio de Melo (#wtf?) ;)