15 junho 2013

Como é ruim ser estrangeiro

Não conversei tanto assim com os franceses, nem com os estrangeiros que moram aqui, mas percebi que eles têm uma visão completamente equivocada de nós. Não é mentira que o Brasil vende uma imagem de paraíso, onde se trabalha pouco, se faz muita festa, e que o país tem crescimento econômico espantoso.
Como dizer a eles, que não é o que parece, que sim, o país tem belezas naturais, tem um clima ótimo, que nós fazemos festa, mas que no Brasil a tributação é abusiva, a população nÃo tem saúde, transporte, educação, segurança, etc.
Como dizer a um francês que se ele for ao Rio ele provavelmente será assaltado ao virar a esquina do hotel, ou que se ele deixar seus pertences na praia (sem ficar prestando muita atenção) ele será furtado? 
As pessoas acham que as pessoas que moram nas favelas são felizes (eu ouvi isso de uma argentina que mora aqui há anos). Eles não têm idéia do que é o tráfico no Brasil!
Como explicar que o nosso governo dá dinheiro às pessoas de baixa renda? E que é pelo consumo dessas pessoas (haja visto a "D. Maria" que nÃo consegue comprar calça de 300 reais para a filha adolescente com o bolsa-família), pelo estímulo ao consumo que a economia está crescendo. 
Quando dizemos que gostaríamos de morar aqui, sempre ouvimos, nós franceses damos muito duro, trabalhamos muito, e tal, como se nós não trabalhássemos o dobro para ganhar a metade do que ganham, como se nosso poder aquisitivo não fosse muito menor. Acredito que os europeus pensam que ficamos o dia todo na praia tomando caipinha com a bateria da beija-flor tocando ao nosso lado.
Para os europeus é tão fora da realidade deles que é impensável, a não ser a corrupção (isso eles compreendem pq tem na Itália, etc, aos montes).

2 comentários:

of the Jungle disse...

"As pessoas que moram na favela no Brasil são felizes."

Anônimo disse...

Não estou nada espantado com a sua descrição do Brasil e da Europa. Na verdade somos todos estrangeiros fora do nosso país e mais mal vistos no nosso país do que fora dele. Pois fora do nosso pais não pertencemos ao número, mas sim a um todo desconhecido, como disse e muito bem.
Sou por isso e muito mais. Um defensor aspérrimo de toda e qualquer luta pela igualdade.

Connichi wa= Bom dia todo o dia!